Secas para lá, Cheias para cá...
De um ponto de vista geral e, diríamos até, superficial, todos nós somos negligentes em matéria de incêndios. Nem todos temos matas ou terrenos à porta de casa, nem todos temos eucaliptos ou canadairs (suspeitos), mas - especulações à parte - todos temos Portugal!
A verdade é que de cada vez que notamos que alguém não limpa as suas matas, podíamos denunciar e educar. De cada vez que vemos Portugal em risco não deveríamos ficar de braços cruzados a julgar inadequado apenas o comportamento dos outros.
Não podemos deixar que o passar dos meses e o mediatismo de outras notícias nos façam esquecer os incêndios do Verão, as secas do Outono e as eventuais cheias deste Inverno. É que, parecendo que não, os 3 problemas estão relacionados.
Se por um lado parte dos incêndios se dão pela falta de manutenção e pela vegetação desadequada ao nosso clima, a consequente desflorestação (terrenos queimados) torna os solos pouco permeáveis – ou seja – deixa-os sem capacidade de reter água originando períodos de seca na ausência de chuva, e cheias nas épocas mais chuvosas.
Ainda há pouco tempo a seca em Portugal era notícia, tanto pelas dificuldades de abastecimento de água para a população, para os trabalhos agrícolas, na falta de pastoreio para os animais, etc. Começou a chover, mas não devemos esquecer este tema até que um novo ciclo nos tome de assalto, seja pelas secas, seja pelas cheias e derrocadas.
É importante perceber que reflorestar com critério e cuidar a nossa floresta não é só uma boa medida de prevenção de incêndios: a desflorestação também afeta o ciclo da água. As plantas têm um papel importante na devolução da água à atmosfera através da transpiração. Sem este fenómeno há uma rutura no ciclo hidrológico pela diminuição das emissões de vapor de água - também as chuvas dependem igualmente das florestas, já que sobre elas se formam nuvens.
E é pela urgente necessidade de atuar que nasce a Semente Sorridente. Precisamos de estudar estratégias, dentro dos recursos que cada um de nós consegue alcançar. Colaborem e partilhem cada iniciativa. Colaborem e adiram a cada ação. Qualquer projeto, movimento ou opinião que esteja na luta por um Portugal mais verde. Há coisas que não têm preço, nem tempo. E já devíamos estar cansados de tanto conformismo, de tantas tragédias ano após ano.
… Plantar é mesmo o melhor remédio! Não vamos baixar os braços,
Portugal é de todos. E um Portugal mais verde depende de nós.